- visualizações

New York Times denuncia Volkswagen por testar efeitos da fumaça de diesel em macacos em 2014

Práticas arcaicas e injustificáveis.


98 pessoas agradeceram por este conteúdo.


Um dos jornais mais importantes do mundo, o norte-americano New York Times, publicou na última quinta-feira (25) uma reportagem na qual denuncia a montadora automobilística Volkswagen. A acusação consiste na realização de testes com animais para averiguar o impacto da inalação de fumaça do óleo diesel (veja aqui, em inglês).

Segundo a reportagem, 10 macacos – da espécie macaco-cinomolgo, iguais aos da foto que ilustra esta matéria – foram mantidos por 4 horas em câmaras lacradas inalando diretamente a fumaça gerada por um New Beatle, um dos modelos de carros fabricados pela Volkswagen.

A matéria do New York Times dá detalhes sobre como foram realizados os experimentos. Apesar da Volkswagen ser alemã, os testes foram conduzidos em 2014 na cidade de Albuquerque, no estado norte-americano do Novo México.

Para manter os macacos calmos durante os procedimentos, os cientistas colocaram desenhos animados para eles assistirem. Assim como crianças humanas, esses macacos gostam de assistir a desenhos animados e aceitam melhor a manipulação dos cientistas.

O New Beatle ficou ligado e rodando pelas 4 horas do teste com encanamentos engatados em seu escapamento para conduzir a fumaça aos macacos.

O teste com os animais só foi revelado porque, após uma investigação, descobriu-se que o New Beatle usado no teste havia sido manipulado pela montadora para gerar menos fumaça tóxica do que ele fazia nas ruas. Eles literalmente trapacearam para tentar publicar artigos científicos que afirmassem que a fumaça do diesel não é cancerígena, contrariando afirmações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz que a fumaça é cancerígena.

Os resultados dos testes, no entanto, contratados pela Volkswagen pelo equivalente a R$ 223 mil, nunca foram publicados. A metodologia aplicada pelos cientistas envolvidos não foi aceita pelo meio acadêmico.

A reportagem do New York Times não fala, mas o mais provável é que os animais tenham sido mortos após o experimento, abertos e estudados.

O laboratório contratado chamava-se European Research Group on Environment and Health in the Transport Sector, mas não existe mais. Encerrou suas atividades em 2016 justamente por conta dos métodos controversos que utilizava para obter resultados.

Além da Volkswagen, outras duas montadoras alemãs financiavam o antigo laboratório: Daimler e BMW. Porém, não foi revelado se essas outras montadoras também realizavam testes com animais ou se faziam experiências in vitro, sem animais.

98 pessoas agradeceram por este conteúdo.

Ir para a capa do Vista-se (clique aqui)

Apoie com R$ 1,00 por mês (clique aqui)

Nossas redes sociais:
Facebook | YouTube | Instagram | Twitter

Publicidade: