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Prática irregular: caçadores brasileiros usam cães para matar javalis e publicam no YouTube

Denúncia importante. Imagens fortes.


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Desde janeiro de 2013, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autoriza a caça aos javalis.

Inserida no país por pecuaristas, a espécie é considerada uma praga em todo o território nacional e atualmente é combatida por fazendeiros que reclamam de prejuízos em suas plantações e em suas criações de animais.

Portanto, infelizmente, qualquer pessoa que tenha a documentação exigida pelo IBAMA pode matar javalis que vivem em liberdade no Brasil. Contudo, a legislação não permite que o assassinato – chamado de manejo – seja feito de qualquer maneira.

Segundo uma notícia recente no site do próprio IBAMA (confira aqui), usar cães para matar os javalis é uma prática irregular. “O manejo é autorizado pelo IBAMA, mas não vamos tolerar que a atividade seja executada de forma incompatível com as normas ambientais. Os cães podem ser usados apenas para rastrear o animal, jamais para confronto direto, o que implica em maus-tratos a ambas as espécies, de acordo com o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais.” – disse o coordenador de Operações de Fiscalização do IBAMA, Roberto Cabral.

Ignorando as regras, um canal no YouTube chamado Canil do Caçador, com sede em Uberlândia-MG, tem cerca de 200 mil pessoas inscritas e chama atenção justamente por publicar com frequência vídeos de caçadas. O principal negócio do canil é vender cães para pessoas interessadas em caçar.

Em paralelo, o Canil do Caçador tem uma loja de produtos para caçadores que tem desde canecas personalizadas até armas de pressão capazes de matar animais de médio porte, tudo sendo vendido pela internet. Essas armas chegam a custar na loja quase R$ 10.000,00 (confira aqui).

Em pelo menos um dos vídeos publicado pelo canal Canil do Caçador, é possível ver claramente que são utilizados pelo menos 8 cachorros para matar um dos javalis (confira aqui – IMAGENS FORTES). Reproduzimos o trecho também no fim desta matéria, para o caso do vídeo original sair do ar após a denúncia.

A caça ao javali transformou-se em uma diversão para muitas pessoas e também em um negócio lucrativo para várias outras. A atividade parece estar longe de ter o controle populacional dos javalis como principal motivo de sua existência. Os caçadores demonstram matar por prazer e verbalizam isso diversas vezes nos vídeos.

Ao assistir aos desagradáveis vídeos, percebe-se que a preocupação com formas menos cruéis de abater os animais simplesmente não existe. Os caçadores sempre estão gargalhando e se vangloriando de seus feitos e de quantos animais mataram.

Segundo a Instrução Normativa Nº 03/2013, publicada em 31 de janeiro de 2013 (confira aqui), os subprodutos do abate de javali não podem ser vendidos ou distribuídos.

Art. 5º Todos os produtos e subprodutos obtidos por meio do abate de javalis vivendo em liberdade não poderão ser distribuídos ou comercializados.

No entanto, em pelo menos um dos vídeos, os caçadores aparecem dizendo que toda a carne será doada. Eles falam como se a distribuição fosse um ponto positivo da ação.

Ainda na Instrução Normativa, está claro que o transporte da carne dos animais abatidos deverá seguir as leis vigentes.

§ 3º – O transporte de animais abatidos deverá atender à legislação vigente.

No entanto, nos vídeos é mostrado que o transporte é feito em isopores sujos com gelo e em cima da caminhonetes abertas.

Não há distinção de tamanho ou gênero dos animais. Machos, fêmeas grávidas, lactantes e até os filhotes são executados e exibidos nos vídeos.

Em resumo, o IBAMA não consegue lidar com o problema causado pelo excesso de javalis vivendo em liberdade no país e também não consegue coibir a caça sangrenta a esses animais. Enquanto isso, os caçadores continuam impunes publicando vídeos e ganhando dinheiro de diversas formas com a morte dos animais.

Assista ao vídeo (IMAGENS FORTES)

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