Entidades vão a Justiça contra abate de capivaras

Ambientalistas prometem entrar com ação civil pública contra o Ibama pela indicação de abate das capivaras

Entidades ambientalistas de Campinas, Americana e Piracicaba prometem entrar com ação civil pública contra o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela indicação de abate das capivaras que habitam o Lago do Café.

O parque, que já serviu como estação de pesquisa do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), ao lado da Lagoa do Taquaral, em Campinas, é considerado área de risco para transmissão de febre maculosa.

“A medida vai contra a legislação ambiental, não há comprovação de que as capivaras estão contaminadas e tratam-se de animais tutelados pelo Estado.

Além disso, não houve confirmação de transmissão de febre maculosa no parque, apenas suspeitas, já que não foram feitos os devidos exames de sorologia”, afirma a presidente da Associação de Proteção da Diversidade das Espécies (Proesp), Márcia Côrrea.

Segundo ela, antes de indicar o sacrifício desses animais, o Ibama e a Secretaria de Saúde teriam que fazer teste sorológico em pelo menos 20% das capivaras do parque para confirmar se estão mesmo contaminadas.

“Essa medida não se justifica. Não há epidemia de febre maculosa. Um único caso não justifica medida tão radical. Além disso, a decisão abre um precedente de agressão contra animal da fauna silvestre, protegido pela legislação”, endossa a vice-presidente da Sociedade em Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba (Sodemap), Eloah Delluca Margoni. “Essa posição desacredita o Ibama, é decepcionante”, reforça, destacando que, em Piracicaba, ocorreu situação similar, mas que não se concretizou devido à pressão popular.

Segundo o chefe da Divisão de Fauna do Ibama-SP, Rodrigo Cassola, a indicação de abate é a alternativa para os animais de áreas de risco, como o Lago do Café, que já confirmou um caso de transmissão da doença e tem outro caso suspeito em investigação.

FONTE

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