Gisele, o furacão do bem

No Brasil para plantar sua própria floresta, a modelo gaúcha diz que não é a mesma pessoa da época em que desfilava com casacos de pele: “Eu cresci!”

Sem maquiagem, de camiseta, jeans e rasteirinha, Gisele Bündchen, 28, chega a um sítio em Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo, para plantar uma árvore. Para quem vê a cena de longe, fica difícil imaginar que a moça que está ali, mão na terra e rosto lavado, é um dos nomes mais famosos do planeta.A loira nascida na pequena cidade de Horizontina, no interior do Rio Grande do Sul, é conhecida pela mídia americana como ‘Furacão Gisele’, e em 12 anos de carreira tornou-se um dos rostos (e braços, pernas, barriga…) mais bem pagos do mundo. Dona de uma fortuna avaliada em 150 milhões de reais e de uma lista de ex-namorados de dar inveja, a exemplo do surfista Kelly Slater e do ator Leonardo DiCaprio, a gaúcha parece não precisar de mais nada para ser – ou continuar – feliz. Parece.

Gisele quer provar que também é do bem. Há dois anos ela cede a sua imagem para campanhas ecológicas e também destina parte dos lucros obtidos com sua linha de sandálias da Grendene para projetos de proteção ao meio ambiente. No dia 15 deste mês, ela deve leiloar em Nova York, entre outras jóias, um anel e um pingente de diamantes avaliados em US$ 165 mil. Segundo sites de fofocas, ambos foram presentes do ex-namorado Leonardo DiCaprio. O dinheiro arrecadado será doado para países africanos que sofrem com a exploração de pedras preciosas. A causa é nobre, ainda que não pegue bem vender presente de ex.

Brincadeira à parte, foi para marcar a sua participação no programa Florestas do Futuro, das ONGs SOS Mata Atlântica e Jaguatibaia, que Bündchen veio ao Brasil no mês passado: ela vai financiar duas florestas que levarão seu nome, com 25.500 árvores, na Bahia e em São Paulo.

Mas como diz aquele ditado de que ‘de boas intenções o inferno está cheio’, ainda pairava sobre ela o fantasma de um casaco de pele. Seis anos atrás, uma foto sua vestindo uma estola de mink provocou a fúria de militantes contra os maus-tratos aos animais. ‘Ela não tem coração, só pernas’, disseram os ativistas da Peta, organização que desde 1980 defende os direitos dos bichos. Em represália à participação da modelo na campanha da Blackglama, uma das mais famosas fabricantes de casacos de pele, eles decidiram protestar. De calcinha preta e cinta-liga, ela foi xingada enquanto desfilava para a Victoria’s Secret. ‘Escória dos animais! Escória dos animais!’, diziam os ativistas, aos gritos. O protesto aconteceu em 2002, mas a foto é sempre relembrada por quem ainda não acredita no engajamento ambiental da modelo.

Bündchen, no entanto, é boa em superar saias-justas. Um bom exemplo foi a gravidez da atriz Bridget Moynahan, ex-namorada de seu atual companheiro, o jogador de futebol americano Tom Brandy. A atriz engravidou nos últimos meses do namoro, mas mesmo assim foi trocada pela brasileira.

Ninguém acreditava nesse novo relacionamento, mas fotos da modelo passeando com o namorado e o bebê de 1 ano, filho da outra, mostram que nesta vida até as übermodels precisam engolir sapos. E com o mesmo espírito de desapego, Bündchen filosofa sobre o seu encontro com os ativistas da Peta. ‘Foi um mal necessário que me fez refletir. É claro que eu não acho certo eles terem invadido a passarela, mas foi quando eu percebi que meus atos também têm importância para as outras pessoas’, afirma. E aos que a acusam de fazer marketing verde, ela manda um recado. ‘Faço só aquilo em que acredito. E não fazer o que gosto por causa do que os outros pensam seria uma loucura.’

Em 2006, durante uma das várias visitas que fez ao Xingu: cercada pela tribo kisêdjê

FONTE

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