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Investigador “Pete”, de documentário americano sobre crueldade contra porcos, cede entrevista


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Usando o pseudônimo “Pete”, ele investigou as crueldades que aconteciam numa fazenda de criação e abate de porcos no estado americano de Ohio.

Munido de uma câmera escondida, “Pete” flagrou funcionários da fazenda arremessando porcos em pequenas gaiolas, animais doentes sendo agredidos covardemente, porcos acorrentados sendo puxados para o abate, entre outras crueldades.


Veja mais no canal do Youtube criado especialmente para o documentário

Tanto os funcionários, quanto os proprietários da fazenda, foram levados a corte americana.

As cenas chocantes gravadas no interior da fazenda durante o ano de 2006 deram origem ao documentário “Death on a Factory Farm” (Morte em uma Fazenda-Fábrica), que será lançado na próxima segunda-feira(16.03) nos Estados Unidos, pelo canal de TV paga HBO.

“Pete” concordou em conceder uma entrevista a revista americana Time, de grande circulação no país, contando do documentário e falando um pouco mais sobre sua vida pessoal. Leia abaixo a íntegra.

TIME: Como você começou nessa linha de trabalho?
PETE: Meu plano inicial de vida era me tornar policial e depois ingressar no FBI. Mas comecei a aprender que coisas piores que os seres humanos faziam consigo próprios, faziam também com os animais – só que numa escala bem maior. Senti que já havia pessoas suficiente trabalhando em favor da lei, mas que não havia gente suficiente trabalhando pelos direitos dos animais. Em 2001, tive aulas com um investigador particular e meu primeiro trabalho foi num canil em Arkansas.

TIME: Quantos anos você tem?
PETE: Não posso dizer. Deculpe-me.

TIME: Você trabalha nisso em período integral?
PETE: Eu trabalho baseado em contrato.

TIME: Como esse trabalho tornou a pessoa que você é hoje em dia?
PETE: Esse trabalho mudou completamente a pessoa que sou e mudou também o jeito que vejo o mundo. É uma vida muito solitária e depressiva. Na maior parte do tempo eu tenho que me passar por alguém que não sou. A maioria do meu círculo social diz que sou uma pessoa diferente e que estou tentando esconder uma parte de mim.

TIME: Quanto isso abala sua saúde mental?
PETE: Estou mudando constantemente e assumindo outras identidades. É difícil gerenciar esse tipo de vida.
Já fiz coisas das quais não me orgulho – coisas que eu não quero admitir, mesmo em meu bloquinho de anotações, no final do dia. Mas os animais precisam de uma recompensa. Mesmo isso me irritando, eu sinto que preciso continuar. Mas qualquer sonho que eu tinha antes de começar neste trabalho, se foi.

TIME: Você acha difícil manter um relacionamento pessoal devido ao seu trabalho? Você atualmente está numa relação amorosa?
PETE: Não estou numa relação. Isso não quer dizer que eu não queira. Mas eu sou um mentiroso profissional – esse é o jeito que um trabalho anônimo tem que ser. Vou encontrar alguém e direi que tenho um trabalho, mas não falo a respeito. E de repente me torno uma pessoa estranha. O resultado é que não tenho uma vida muito pessoal.

TIME: Há momentos em que você tem que judiar de animais para que as pessoas com as quais você trabalha não levantem suspeita sobre o que você está fazendo lá?
PETE: Constantemente. Há certas organizações que têm protocolos que os investigadores precisam seguir. Mas para mim, se um supervisor me diz para fazer algo, tento mostrar que existe um protocolo a ser seguido, que pode ou não ser contra a lei. Trabalhando como um investigados oculto, você não precisa alterar nada. Você apenas mostra as coisas do jeito que elas são.

TIME: Você é vegetariano?
PETE: Sim, sou vegan.

TIME: Você sempre se simpatizou com as pessoas com as quais trabalha?
PETE: Sempre. A grande maioria das pessoas com as quais eu trabalho são educadas e atenciosas. Eles só não têm respeito pelos animais. Mas eu culpo as empresas e não os trabalhadores em si.

TIME: Existe alguma condição que faz com que você concorde com a criação de animais para alimentação?
PETE: Não acredito que os animais estão aqui para que nós possamos explorá-los e eu não acredito que haja qualquer motivo para que criemos animais para a alimentação humana.

TIME: O que causa mais efeito para o movimento animal – a exposição das imagens que você faz a público, ou medidas legais?
PETE: Mudar as leis é o que provavelmente eu preferiria. Se você tem a lei sendo alterada, você contribui para as causas dos movimentos animais. Isso contribui inclusive para essas investigações. Não somos um bando de investigadores ilegais trabalhando ao próprio favor.

TIME: Você não é licenciado?
PETE: Não, sou um investigador não licenciado. É desse jeito que consigo as informações que preciso para fazer o que faço.

TIME: Qual foi a pior coisa que você já viu em sua carreira?
PETE: Numa granja(de produção de ovos), é bastante normal ver galinhas sendo jogadas vivas no lixo. Se você torce e quebra o pescoço delas – do jeito que eles falam para você fazer – nem sempre isso causa um deslocamento cervical. Portanto, eles jogam as galinhas ainda vivas no lixo.

TIME: Você já alguma vez desistiu de uma investigação por achar que seria muito forte estar lá?
PETE: Nunca.

Fonte: Com informações do Vida Vegetariana

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