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Natura compra Avon e as pessoas preocupadas com os animais questionam o que virá agora

Entenda a situação.


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A empresa brasileira Natura anunciou nessa quarta-feira (22) a compra da gigante Avon por cerca de R$ 3,7 bilhões em uma negociação de troca de ações. A junção criou uma nova companhia, chamada de Natura Holding, que detém as marcas Avon e Natura, entre outras. Essa nova empresa é a quarta maior do setor no mundo e tem valor estimado em R$ 11 bilhões.

A Natura afirma não testar em animais desde 2006 e vem fazendo grandes avanços. A empresa afirma que 83% de seus produtos já são veganos e, há uma semana, começou a indicar em seu site quais são esses produtos sem nada animal (relembre aqui). Há 2 meses, a Natura fez um anúncio impresso afirmando que sua linha Ekos é inteiramente vegana (relembre aqui).

Em 2017, um representante da Natura afirmou em entrevista que a empresa não entraria no mercado chinês enquanto o país não aceitasse testes sem o uso de animais. Na China, é bom lembrar, o governo exige testes em animais para produtos cosméticos importados serem vendidos por lá.

Na ocasião da entrevista, o vice-presidente de Transformação do Grupo Natura, Robert Chatwin, afirmou o seguinte: “As marcas The Body Shop, Natura e Aesop não acreditam em testes em animais. Nenhuma marca entraria na China comprometendo seus valores e sua ética. Estamos monitorando a situação na China de perto e, quando este se tornar um lugar para nós, isso vai permitir um potencial de crescimento”.

A Avon, no entanto, é combatida por ONGs de proteção aos animais há décadas. Embora afirme não conduzir testes em animais, vende seus produtos na China, permitindo que os testes em animais sejam feitos por autoridades locais.

Por isso, a Avon figura na lista da ONG norte-americana PETA como uma empresa que testa em animais (veja aqui). Esta semana, a PETA voltou a pedir ajuda de seus seguidores para pressionar a Avon a acabar com os testes em animais (veja aqui).

Na manhã desta quinta-feira (23), procuramos a Natura para saber se há um posicionamento oficial sobre o embate criado em relação aos animais com a compra da Avon. A empresa nos enviou a nota oficial que você confere no fim da matéria.

“A partir da conclusão do acordo de aquisição, vamos alinhar as políticas de todas as empresas para fortalecer os compromissos de sustentabilidade do grupo. Quando a Natura & Co foi criada, as empresas do grupo estavam em posições diferentes em relação a compromissos com sustentabilidade. Nosso objetivo é trazê-las para o mesmo lugar. Nossos valores e crenças continuam os mesmos e é nossa missão transformar desafios socioambientais em oportunidades de negócios.” – afirma o texto.

A compra da Avon pela Natura depende apenas de autorizações burocráticas, mas já foi amplamente anunciada. Assim, no momento, enquanto algo de concreto não for feito com relação à questão da Avon e o mercado chinês, é possível afirmar que uma das marcas pertencentes à Natura Holding – a Avon – testa em animais.

A marca Avon tem uma página em seu site internacional apenas com perguntas e respostas relacionadas aos testes em animais na China. Na página, em inglês, a empresa afirma que não concorda com a regra do governo Chinês de obrigar testes em animais e que está fazendo o possível para mudar a legislação local (veja aqui).

O que seria ético, no entanto, é a Avon parar de vender no mercado chinês até que o governo aceite testes sem o uso de animais. Dizer que não concorda com a lei chinesa enquanto embolsa milhões de dólares no mercado local é uma posição confortável demais para a Avon. Algo real precisa ser feito pela empresa.

Esperamos que a Natura prove que seus valores sobre não testar em animais são mesmo de verdade e que retire a Avon do mercado chinês até que as regras mudem por lá.

Abaixo, a nota enviada pela Natura.

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