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Vegana acha antiético ter filhos biológicos, mas é uma opinião dela, não é uma regra no veganismo

O assunto é interessante, mas não há ligação entre as filosofias.


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A espanhola Audrey García, que é uma ativista vegana e também adepta do antinatalismo, foi destaque nessa segunda-feira (16) na capa do portal G1 (veja aqui).

Antinatalismo é um movimento que prega que ter filhos biológicos é algo antiético. Segundo Audrey, “simplesmente não é ético em um mundo superpovoado, onde falta água e comida para muitas pessoas, onde estamos destruindo o meio ambiente, onde não paramos de consumir mais e mais recursos.”

Conforme a definição da ONG inglesa The Vegan Society, “O veganismo é uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, para o vestuário ou para qualquer outra finalidade.”

É importante que fique claro que antinatalismo e veganismo não têm a ver um com outro em suas definições. Na reportagem publicada pelo portal G1, porém, ficou parecendo que sim. Não por conta do portal em si, mas por uma fala da própria Audrey sobre os temas, reproduzida na matéria:

“Como ativista, luto contra todo tipo de exploração animal. Se eu tivesse filhos, seria responsável por criar uma cadeia sem fim de humanos que vão consumir produtos animais, porque não posso garantir de forma nenhuma que meus filhos e netos sejam veganos. Ter filhos significaria necessariamente aumentar o sofrimento animal.” – disse a ativista espanhola, que mora em Barcelona.

A argumentação dos antinatalistas é bastante interessante e a maioria do discurso tem fundamento, mas não necessariamente os antinatalistas são veganos. Do mesmo modo, não existe nada que ligue oficialmente os veganos ao antinatalismo.

Embora haja veganos antinatalistas, o que se observa é que a grande maioria deles tem ou deseja ter filhos. A argumentação de Audrey sobre “ter filhos significaria necessariamente aumentar o sofrimento animal” é bastante binária para um assunto muito complexo.

A afirmação desconsidera, por exemplo, que uma família vegana poderia gerar filhos conscientes que ajudariam na propagação do veganismo.

A fala da ativista vegana reproduzida no portal G1 é, portanto, uma opinião dela que pode ou não ser compartilhada por outros veganos. Apenas isso.

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