Veganos Heróis

Por Fabio Chaves

Numa recente viagem ao nordeste brasileiro pude confirmar: ser vegano em determinadas regiões deste nosso Brasil é ser herói. Talvez “herói” seja um termo um pouco exagerado mas serve para ilustrar a real sensação que se tem ao chegar em cidades que não têm a mesma estrutura de uma grande região metropolitana e, portanto, com poucas opções para um vegano acostumado com “cidade grande” como eu.

Mas estou falando de proporções nunca antes experimentadas por mim, algo como ver pé de boi em vitrine de lanchonete ao invés de um pastel, por exemplo. É ir ao “supermercado” que, na maioria das vezes, só tem super no nome, e não achar nada ou quase nada que não seja folha ou raíz para comer. Abrir a boca e pronunciar “sou vegano” é quase um grito de independência, com objeções por todos os lados. As mais infundadas possíveis.

Não é comum nas grandes cidades nos depararmos com peles inteiras de ovelhas penduradas em árvores ou bonés de couro de bode com pelos ou ainda pratos como “buchada de bode”, feito com as vísceras do bode lavadas, aferventadas, cortadas, temperadas e cozidas no próprio estômago do animal.

Num ambiente tão hostil para o vegetarianismo, há algumas pessoas que vão além do ovo-lacto vegetarianismo e assumem uma postura realmente ética em relação aos animais.

Em Aracajú, Sergipe, tive a feliz oportunidade de reencontrar amigos que fiz no ENDA, Ivo, Dani, Breno e amigos,  agradeço a hospitalidade e atenção. Pude perceber que o vegetarianismo no nordeste, felizmente, vem crescendo. Só em Aracajú existem 3 restaurantes vegetarianos, onde você pode dizer que é vegano e vão entender o que você quer dizer. Conheci dois deles.

Aos veganos que estão fora das grandes regiões metropolitanas envio minha sincera admiração.

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