Carne in vitro, feita com células de animais, deve chegar aos supermercados europeus já em 2021

O que parecia história de filme de ficção científica aparentemente está tomando forma. A carne in vitro, também conhecida como carne de laboratório, começará a ser vendida em supermercados em 2021.

O primeiro hambúrguer feito inteiramente de células animais multiplicadas em laboratório foi apresentado ao mundo em 2013 pelo fisiologista holandês Mark Post. Esse hambúrguer, por ser um protótipo, custou R$ 750 mil.

Em 2021, estima Post, o seu hambúrguer deverá custar cerca de R$ 40 a unidade nos supermercados europeus. Ainda está muito acima do valor de um hambúrguer de carne de vaca, por isso, o maior desafio de Post é baixar esse preço. E ele garante que é possível, inclusive, chegar a um valor mais baixo do que o do hambúrguer feito da maneira atual.

Em 2018, a empresa de Mark Post, a Mosa Meat, recebeu um investimento de cerca de R$ 33 milhões para estudos de industrialização do produto. O dinheiro veio de uma empresa farmacêutica e de uma empresa especializada em carnes.

Embora o hambúrguer in vitro da Mosa Meat já represente um salto gigantesco contra o abate de animais e a favor do meio ambiente, ele usa células de animais para ser produzido. Uma pequena porção de células de vaca, trabalhadas de forma correta em laboratório, dá origem a cerca de 10 toneladas de carne absolutamente igual àquela obtida por meio do abate de animais.

Essa dependência de ainda ter que usar insumos animais está sendo trabalhada e acabar com ela será o passo mais importante para baratear o produto, já que 80% de seu valor atual se deve à falta de tecnologia para não usar mais nada que venha de frigoríficos.

Em resumo, atualmente o hambúrguer da Mosa Meat depende ainda de abatedouros, pois usa uma pequena parcela de células provenientes de animais mortos. Com o tempo, porém, é possível que não haja mais a necessidade de novos abates e que se possa simplesmente multiplicar infinitamente as células já existentes.

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