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MPF denuncia diretores e funcionários da Copervale por adulterar leite com soda cáustica


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Dezoito pessoas, entre diretores e funcionários, da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Copervale) foram denunciadas nesta segunda-feira (19) pelo Ministério Público Federal em Uberaba (MG) por crime contra a saúde pública e por formação de quadrilha. Elas são acusadas de integrar esquema de fraude no leite longa vida produzido pelas cooperativas mineiras.

Segundo o MPF, foram denunciados: o diretor-presidente da Copervale, Luiz Gualberto Ribeiro Ferreira, acusado de determinar a adição da solução química; o engenheiro químico que criou a fórmula, Pedro Renato Borges; o fiscal agropecuário federal Afonso Antônio da Silva, por conivência e o gerente industrial Romes Monteiro da Fonseca Júnior, responsável por supervisionar o processo de adulteração. Eles responderão a processo e podem pegar até 11 anos de prisão.

ENTENDA O CASO
Edson Silva/Folha Imagem
Edson Silva/Folha Imagem
Joel Silva/Folha Imagem

Funcionários da Copervale em foto de outrobro de 2007

A Operação Ouro Branco foi uma “vitória para o setor sério”, disse Marcelo Martins, assessor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em abril deste ano.

Segundo ele, o consumo aumentou 7% e as exportações passaram de US$ 165 milhões em 2006 para US$ 300 milhões em 2007. “Como a carreta de soro parou de chegar, o laticínio teve de comprar leite do produtor”.

O presidente da Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV), Wellington Silveira, discordou das declarações. “Houve queda no preço do leite. O litro, que estava sendo vendido a R$ 1,80, chegou a R$ 0,98”, disse.

Outros treze funcionários da cooperativa, que tinham conhecimento da fraude e participavam de alguma maneira da adulteração, também foram denunciados, mas receberam o benefícios da delação premiada, por terem colaborado para o esclarecimento do caso.

O esquema
O leite era adulterado com substâncias nocivas à saúde humana, que serviam para aumentar o volume do produto, prolongar a validade e mascarar problemas de qualidade, explica a denúncia. O método usava, entre outras coisas, água oxigenada e soda cáustica.

“A fórmula química, desenvolvida pelo denunciado Pedro Renato Borges, era adicionada ao leite cru na proporção de 8% a 10% e permitia, a um só tempo, aumento do volume e do prazo de validade do leite, na medida em que, com a adição de todas as substâncias, além de diminuir a respectiva acidez, mantinha-se inalterada a densidade e o ponto de congelamento do produto, sem que o exame de crioscopia constatasse a quantidade de água inserida no leite”, relata o documento do MPF.

Desmantelada pela Operação Ouro Branco em outubro do ano passado, a quadrilha agia há aproximadamente dois anos. A denúncia do MPF encerra o inquérito policial. O outro inquérito, que investiga a fraude feita pela outra Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), de Passos (MG), ainda está em andamento.

Em nota, a Copervale diz que tomou conhecimento da denúncia hoje por meio da imprensa e ainda não teve acesso ao conteúdo do processo, “mas, de antemão, em respeito aos cooperados, colaboradores, fornecedores, parceiros comerciais e consumidores, informa que a Cooperativa vem funcionando normalmente, dentro das normas e procedimentos do Ministério da Agricultura”.

A cooperativa afirma que seus produtos “são fiscalizados diuturnamente pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF)”, controle de qualidade que analisa desde a “ordenha até a industrialização e comercialização nos pontos de venda”.

O documento, assinado pelo diretor interino Antônio Bernardes Neto, termina dizendo que a Copervale “tem a certeza que ‘A Força do Bem’, movimento idealizado por seus colaboradores, prevalecerá”.

Em outubro do ano passado, o delegado da Polícia Federal Davidson José Chagas disse que os donos da Copervale e da Casmil admitiram o crime.

FONTE

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