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Professor de filosofia é demitido por falar sobre ética e direitos dos animais em sala de aula

Pais registraram boletins de ocorrência contra o educador.


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Atualização em 23/10/2015 às 21h50: informamos anteriormente que a questão foi caso de polícia, pois gerou “B.O.s”. No entanto, fomos informados posteriormente que esses “B.O.s” são como são chamadas as reclamações registradas na escola, uma gíria local.


Com mais de dez anos de experiência em educação filosófica para alunos do ensino médio, o professor Leon Denis foi impedido de dar aulas no estado de Minas Gerais por três anos. Leon é paulistano e lecionava desde fevereiro de 2014 em São João Evangelista, cidade com pouco mais de 15 mil habitantes e distante 280 km de Belo Horizonte.

Pego de surpresa, o professor soube que havia sido demitido na última terça-feira (20). A ordem para a dispensa partiu da superintendência de ensino no dia 15 de outubro, quando se comemorou o Dia do Professor. A superintendência é uma entidade representativa da Secretaria Estadual de Educação.

Conversamos com Leon na tarde desta sexta-feira (23) para entender melhor a sua história. O educador admite que há bastante tempo recebe reclamações de pais de alunos a respeito de suas aulas. Ele usa a temática dos direitos dos animais para trabalhar em aula o questionamento aos costumes e tradições e também para fazer paralelos entre preconceitos como racismo, sexismo e especismo. Esse tipo de postura em sala incomodou muitos pais que, aparentemente, não querem que seus filhos reflitam e tomem atitudes sobre esses assuntos.

Embora receba muitos elogios dos seus alunos, as reclamações dos pais deles chegaram longe. Leon foi alvo de várias reclamações registradas na escola de pais exigindo o fim de suas aulas. Leon disse que chegou a convocar uma reunião com os pais que não estavam satisfeitos para um diálogo, mas não houve interesse e a reunião não aconteceu, embora tenha sido registrada em ata.

Leon vai recorrer da decisão, mas caso o afastamento tenha que ser cumprido, o professor poderá deixar Minas Gerais, embora não queira. Leon, que tem 34 anos e é casado com a professora de matemática Sarah Rodrigues, já estuda propostas profissionais para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Um abaixo-assinado (veja aqui), direcionado à Secretária de Educação de Minas Gerais, Sra. Macaé Evaristo, foi criado e já conta com centenas de manifestações de apoio ao professor. O objetivo do pleito é que haja uma investigação sobre o afastamento de Leon de sua função profissional.

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