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Cooperação Internacional e a Teoria dos Jogos


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O grupo Rio+Veg (rioveg.com), formado por ativistas de conhecidas ONGs brasileiras e por ativistas independentes, escolheu o ViSta-se como site oficial para publicar suas atividades em prol do tema “veganismo” na pauta da Rio+20. O conteúdo abaixo foi produzido pelo Rio+Veg.

A Rio+20, Conferência da ONU para Desenvolvimento Sustentável que será realizada no mês que vem, é mais um dos diversos fóruns de cooperação internacional na área ambiental. Sua importância, entretanto, se dá pela dimensão do evento, que deve contar com cerca de 190 delegações oficiais, com expectativa de um público em torno de 80.000 pessoas, bem como pela amplitude dos temas envolvidos no debate. Mas por que seria necessário recorrer à cooperação internacional? A teoria dos jogos talvez possa nos ajudar com essa questão:

O famoso “dilema do prisioneiro”, no qual os atores têm o interesse de minimizar suas perdas independentemente da atitude do outro, demonstra claramente uma situação na qual a postura defensiva é utilizada. Apesar de ambos ganharem caso escolham cooperar, a desconfiança e a postura defensiva favorecem a deserção, mesmo que esta não seja a melhor escolha. Este dilema pode ser associado às negociações no âmbito da OMC, por exemplo, as quais muitas vezes não saem do lugar devido à postura defensiva dos atores.

Para exemplificar a situação das negociações acerca das questões ambientais, no
entanto, o “dilema da aversão comum” se mostra mais adequado, uma vez que neste tipo de modelo, se os dois jogadores tentarem maximizar seus ganhos, correrão para a catástrofe. Embora as duas partes queiram minimizar suas perdas, elas compartilham uma aversão comum, algo prejudicial para as duas e que acontecerá caso ambas desertem. Esse modelo demonstra muito bem a situação das negociações ambientais, pois caso elas fracassem, todos os atores envolvidos serão prejudicados por suas consequências como, por exemplo, o aquecimento global.

É neste contexto que as instituições e os regimes internacionais surgem como uma alternativa à desconfiança mútua, aumentando o comprometimento entre os atores e, consequentemente, a possibilidade de cooperação. Tanto no dilema do prisioneiro, quanto no da aversão comum os atores seriam beneficiados caso cooperassem, com o agravante de que, no segundo caso, eles podem ser prejudicados seriamente caso optem pela deserção. A cooperação, por sua vez, é dificultada não pelo desconhecimento de sua vantagem ou pela estupidez dos atores envolvidos, mas sim pelo fato de não confiarem um no outro, uma vez que não há um poder superior que possa obrigar o Estado a cumprir com seus acordos.

A partir do momento que há um regime internacional ou uma instituição que regulamente estas negociações, os Estados têm menos receio em optar pela cooperação, visto que esta não será mais feita sem garantia alguma, mas sim obedecendo a determinados princípios, normas, regras e procedimentos ditados pelo regime. O protocolo de Kyoto, por exemplo, apesar de todas suas falhas, demonstra como os países podem adotar medidas restritivas em favor do meio-ambiente quando seguros que os demais também o farão…

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Referências

MORAES, Cassia. O Brasil na Construção do Regime Internacional de Mudanças Climáticas. São Paulo: Unesp, 2010.

LE PRESTRE, Philippe. Ecopolítica internacional. São Paulo: Editora Senac, 2000.

SPECTOR, Bertram I. e ZARTMAN, William. “Regimes and negotiation: an introduction”. IN: B. I. Spector, e W. I. Zartman (Eds.), Getting it done: Post-Agreement Negotiations and International Regimes. Washington D.C.: United States Institute of Peace Press, 2003.

STEIN, Arthur. “Coordination and collaboration: regimes in an anarchic world”. IN:
KRASNER, Stephen D. (Org.), International Regimes. Ithaca and London: Cornell
University Press, 1983.

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