Imperatriz Leopoldinense fará dura crítica ao agronegócio na Sapucaí e revolta fazendeiros
Ouça o samba-enredo e leia a letra.
Achou útil? Clique no coração e agradeça.[responsivevoice_button voice=”Brazilian Portuguese Female” buttontext=”Ouvir / Parar”]
A escola de samba Imperatriz Leopoldinense (site oficial), 8 vezes campeã do grupo especial do carnaval carioca, levará para a avenida no carnaval deste ano uma dura crítica ao agronegócio.
O samba-enredo fala sobre a opressão sofrida pelo povo indígena ao longo dos anos, especialmente por parte dos latifundiários pecuaristas e produtores de monoculturas para a pecuária como a soja. Na música, composta por Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna, a Imperatriz Leopoldinense chama o agronegócio de monstro.
“O belo monstro rouba as terras dos seus filhos. Devora as matas e seca os rios. Tanta riqueza que a cobiça destruiu.” – diz a letra.
A crítica ao agronegócio não fica apenas na letra do samba. A 15ª ala que a escola levará para a Sapucaí no Carnaval 2017 será a “Fazendeiros e seus agrotóxicos” (confira a imagem no fim da matéria), que trará os integrantes fantasiados com chapéu típico de peões e um símbolo de veneno no peito.
É claro que os pecuaristas e fazendeiros já demonstraram descontentamento. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) foi uma das primeiras instituições a se manifestar. Em nota (veja na íntegra), a ABCZ repudia a atitude da escola de samba e diz que o agronegócio sustenta o Brasil.
O desfile da Imperatriz Leopoldinense está marcado para o dia 26 de fevereiro, um domingo. O samba-enredo pode ser ouvido abaixo.
Assista ao vídeo | YouTube
Xingu – O Clamor Que Vem Da Floresta
Brilhou… a coroa na luz do luar!
Nos troncos a eternidade… a reza e a magia do pajé!
Na aldeia com flautas e maracás
Kuarup é festa, louvor em rituais
Na floresta… harmonia, a vida a brotar
Sinfonia de cores e cantos no ar
O paraíso fez aqui o seu lugar
Jardim sagrado o caraíba descobriu
Sangra o coração do meu brasil
O belo monstro rouba as terras dos seus filhos
Devora as matas e seca os rios
Tanta riqueza que a cobiça destruiu
Sou o filho esquecido do mundo
Minha cor é vermelha de dor
O meu canto é bravo e forte
Mas é hino de paz e amor
Sou guerreiro imortal derradeiro
Deste chão o senhor verdadeiro
Semente eu sou a primeira
Da pura alma brasileira
Jamais se curvar, lutar e aprender
Escuta menino, raoni ensinou
Liberdade é o nosso destino
Memória sagrada, razão de viver
Andar onde ninguém andou
Chegar aonde ninguém chegou
Lembrar a coragem e o amor dos irmãos
E outros heróis guardiões
Aventuras de fé e paixão
O sonho de integrar uma nação
Kararaô… kararaô… o índio luta pela sua terra
Da imperatriz vem o seu grito de guerra!
Salve o verde do xingu… a esperança
A semente do amanhã… herança
O clamor da natureza
A nossa voz vai ecoar… preservar!
Ir para a capa do Vista-se (clique aqui)
Apoie com R$ 1,00 por mês (clique aqui)
Nossas redes sociais:
Facebook | YouTube | Instagram | Twitter