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Enquanto consumo de alimentos veganos dobra na Europa, Rede Globo tenta popularizar a carne de cavalo no Brasil


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Música alegre, sorrisos e clima casual marcam matérias da Globo sobre escândalo da carne de cavalo

Enquanto o escândalo da carne de cavalo leva os europeus a procurarem alimentos veganos, aqui no Brasil há um interesse claro de popularizar este tipo de produto, tão cruel quanto qualquer outro produto produzido a partir de animais.

Segundo matéria da Revista Exame, da Editora Abril, as vendas de alimentos sem proteína animal duplicaram em alguns lugares da Europa (veja aqui). O medo de comer carne de cavalo disfarçada em embalagens de carne de boi tem levado a população europeia a abandonar ou diminuir o uso da carne. Até supermercados que antes não mostravam interesse em ter alternativas à carne, hoje encomendam cada vez mais pratos livres de ingredientes de origem animal.

Já no Brasil, a maior emissora do país parece não enxergar isso e passa uma mensagem diretamente oposta. Uma matéria exibida no Fantástico em 24 de fevereiro (assista aqui), no auge do escândalo na Europa, e outra exibida na manhã desta quinta-feira, 7 de março (assista aqui), mostram de forma casual e até “divertida” a notícia do escândalo da carne de cavalo aos brasileiros.

Embora o consumo de carne de cavalo não seja comum no Brasil, o país é um dos maiores exportadores do produto. Não há criação de animais para este fim. Toda a produção é realizada através da compra de cavalos machucados durante provas de corrida ou em carroças e outros trabalhos forçados ou de cavalos velhos demais para realizar as tarefas que seus donos os forçam.

Enfatizando os benefícios à saúde da carne de cavalo em relação à carne de boi e mostrando pratos “apetitosos” feitos com o produto, a Rede Globo dá a entender em suas matérias que deseja a popularização do consumo de cavalos no Brasil. O “repórter engraçado” Maurício Kubrusly visitou um matadouro de cavalos em Apucarana, no Paraná, e fez uma entrevista cheia de sorrisos com o dono. Sobre os cavalos que estavam sendo desmembrados atrás das paredes do escritório onde acontecia a entrevista, nem uma palavra.

Já na matéria do Bom Dia Brasil, o correspondente Roberto Kovalick mostrou como é comum e tradicional comer cavalos no Japão. Além de consumir a carne, o repórter comeu a gordura que fica embaixo da crina do animal. A mulher ao lado, sorrindo, relata: “É a melhor parte!”. Assim que termina a matéria, ao vivo do Japão, o correspondente come um sushi de cavalo – sempre sorrindo – e oferece (simbolicamente) aos apresentadores Renata Vasconselos e Chico Pinheiro, que negam.

O brasileiro é um povo que, apesar de comer muitos animais considerados de consumo, diz gostar muito de animais e a figura do cavalo traz a lembrança de um amigo, assim como são tratados os cães e gatos. Porém, com a banalização do ato e a forma como as matérias citadas mostram o consumo da carne equina, é possível que nos deparemos em breve com cortes de cavalo nos açougues e com propagandas na televisão – talvez no intervalo do Fantástico – de churrasco de cavalo com cerveja.

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