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Pesquisadores da USP e UFRJ apresentam ‘Okja da vida real’ após 15 anos de mutações forçadas

O animal foi criado para gerar mais carne.


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Os pesquisadores Rodrigo Alonso, da USP (Universidade de São Paulo), e Amílcar Tanuri, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), dedicaram 15 anos de trabalho e dinheiro público para criar uma mutação.

Na natureza, uma mudança como a apresentada por eles demoraria décadas para surgir ou simplesmente não aconteceria. Forçada em laboratório, a mutação demorou bem menos tempo e saiu exatamente como os cientistas queriam.

Cruzando raças bovinas europeias, mais musculosas, com animais da raça nelore, já adaptados ao clima e às condições brasileiras, os cientistas chegaram ao “superboi”, criado para gerar mais carne e dar ainda mais lucro à indústria pecuária.

Na pesquisa, feita dentro de universidades públicas com o intuito de ajudar empresas privadas, foram feitos cruzamentos e inseminações artificiais durante 15 anos.

O caso assemelha-se muito à história contada no filme Okja, disponível na Netflix (saiba mais). No longa, uma garotinha tenta salvar sua melhor amiga, uma porca modificada em laboratório para ficar maior e gerar mais carne. O mais intrigante é que no filme o animal é chamado de “superporco”, uma triste coincidência.

Assim como os pecuaristas de Okja, os pesquisadores brasileiros argumentam que a carne gerada a partir desses animais modificados em laboratório terá menos gordura e será economicamente mais atraente, já que mais carne será gerada por indivíduo assassinado.

A notícia foi publicada recentemente no jornal Folha de S. Paulo (leia aqui). O leitor que não tiver um pouco de empatia com os animais vai achar que a pesquisa é uma coisa boa, não há contrapontos na matéria da Folha.

O projeto dos cientistas brasileiros já conta com 500 “superbois” na cidade de Araçatuba, oeste do estado de São Paulo. A pesquisa foi paga com dinheiro público, portanto, mesmo quem é contra esse tipo de desserviço prestado pela ciência pagou pelo trabalho.

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